Com muito chantilly, por favor!



Agora sei porque o café remete ao sexo. Freude explica, mas eu também. Três jovens abobados bebem café e pensam em citações, problemas, hipóteses, sistemas, condições, antenas, impressões, questões e, tempo.
– Não há mais tempo pra tudo isso, vou ficar apenas com meio sanduíche de framito (só sei que não tem azeitona).
– Não há professor que de jeito em falta de vontade. Mãos à massa. É massa demais, como está o hambúrguer?
– Um frapê.
Quando o assunto já havia mudado para a língua de uma senhora (ainda não chegamos no sexo) de cabelos brancos, o quarto mosqueteiro chega.
– Uma pizza junior?
– Juniors não existem, prove!
– Provo nada, quero distância.
– Quem sabe no balanço de um ônibus, com a música certa...
– Não há muito tempo, você se veste rápido?
– Ãh?
– Hey, moça, assopra aqui...
– Com assopro é mais caro.
– Então deixa pra lá, da um desconto?
– Claro, nem vou cobrar o tempo de geladeira.
– Ainda bem, vou pra Gramado-RS, já é bem frio lá.
– O tempo acabou, e agora?
– Diz que aconteceu um problema de moçinha.
– Ah, moça, você conhece "a monstra"?
– Imaginei.. tchau.
Depois de perder os cabelos com procedimentos metodológicos, nada melhor que perder a vergonha. E digo mais, depois da visita, comecei a olhar aquele café com outros olhos. Óleos calientes.

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